O movimento popular de ocupação das ruas que marcou o Brasil nas últimas duas semanas não poderia deixar de ser lembrado no quinto e último encontro do Travessias 2. A exposição nasceu da vontade e necessidade de romper desigualdades e transformar os signos do Rio de Janeiro. Luiza Mello, coordenadora de produção, Luísa Duarte, curadora do Travessias 1, Felipe Scovino, curador da segunda edição, o artista Arjan Martins e Jailson de Souza, do Observatório de Favelas, se reuniram para celebrar o sucesso do projeto e o momento de transformações que o Brasil vive.
“Eu era o cara esquisito que gostava de desenhar. Minha grande ambição era fazer as ilustrações das enciclopédias como as que tinha em casa”, era o que pensava o jovem Vik Muniz sobre seu futuro. Nem ele mesmo podia imaginar que trinta anos depois viria ao Brasil esporadicamente porque o ‘cara esquisito’ havia conquistado o mundo.
“Estou um pouco nervoso, não sei se vou conseguir traduzir o que tenho tentado fazer em nove anos de fotografia”, disse o fotógrafo Ratão Diniz ao abrir o terceiro encontro do Travessias 2. Ele não estava à vontade, as mãos tremiam e, ao contrário de outros artistas, preferiu falar de pé. O que ele não imaginava era que, trinta minutos depois, encerraria o mesmo discurso ovacionado pela plateia emocionada de quase cem pessoas, que incluía ninguém menos que o músico Marcelo Yuka.
Os olhos que veem o Rio de Janeiro se perdem nas paisagens deslumbrantes e únicas. Os elementos visuais constroem a cidade de uma forma tão complexa e encantadora que se torna muito difícil colocar em palavras aquilo que se vê. Como então traduzir a multiplicidade de um complexo de favelas para um turista? E se esse turista não puder enxergar?
Confira as fotos do segundo Encontro do Travessias, realizado no sábado, dia 11/05.
Não foi a primeira vez que Fernanda Abreu e MV Bill se encontraram. Há alguns anos, os dois se cruzaram e Fernanda comentou “Bill, minha filha curte muito o seu som”. A reação de Bill foi dizer que a música dele era para as pessoas da favela. A resposta não foi exatamente o que a cantora esperava, mas o rapper só conseguiu explicar o porquê no segundo encontro dos dois, e por coincidência, o segundo do Travessias 2013.
Confira as fotos do primeiro Encontro do Travessias, realizado no último sábado, dia 04/05.
Misto de ansiedade e apreensão. Daria tudo certo? Como seria o primeiro dia do Travessias? A galera ia topar atravessar a cidade? A rapaziada da favela ia comprar o barulho? Muitas perguntas feitas por muitos corações que durante meses se envolveram para levantar a segunda edição do Travessias.
Um dos dez artistas plásticos convidados para o Travessias 2013 é o carioca Ernesto Neto. Apreciador da cultura das comunidades, essa é a primeira vez que Ernesto exibe seus trabalhos em uma favela do Rio de Janeiro. “A obra de arte pode acontecer em qualquer lugar”, defende o artista.