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Encontros no Travessias | O Brasil é o mundo

“Eu era o cara esquisito que gostava de desenhar. Minha grande ambição era fazer as ilustrações das enciclopédias como as que tinha em casa”, era o que pensava o jovem Vik Muniz sobre seu futuro. Nem ele mesmo podia imaginar que trinta anos depois viria ao Brasil esporadicamente porque o ‘cara esquisito’ havia conquistado o mundo.

O quarto encontro do Travessias 2 não fez apenas com que as pessoas atravessassem a cidade. A travessia, dessa vez, alcançou o mundo. Além de Vik Muniz, que mora em Nova Iorque, estiveram no Centro de Artes da Maré o inglês Paul Heritage, produtor do Rio Occupation London e o artista plástico Daniel Senise, que expõe no Travessias um trabalho que transporta o público a museus dos EUA, França e Inglaterra.

Com seu português gringo, Paul Heritage abriu o encontro explicando o projeto de intercâmbio de artistas do Rio em Londres durante o mês das Olimpíadas de 2012. Entre 8 de julho e 3 de agosto, trinta artistas produziram diversas obras pela capital inglesa, entre eles o fotógrafo Ratão Diniz, expositor do Travessias. No final do projeto, os trabalhos foram expostos em uma fábrica desativada aos arredores de Londres, que segundo Paul, se relaciona diretamente com o Galpão Bela. A exposição foi sucesso absoluto, recebendo mais de mil pessoas por dia.

Já Daniel Senise quis trazer um pouco do mundo para sua obra na Maré. “O que colocar nesse lugar tão fora do eixo convencional de arte?”, questionou o artista. Então, a ideia de Daniel foi compartilhar com as pessoas que ainda não puderam visitar museus internacionais como foi a sensação dele ao olhar livros de arte na infância. “Meu medo era parecer um trabalho paternalista, de cima para baixo, mas acredito que acabou sendo uma obra apenas específica para o Travessias, não poderia ser em qualquer lugar”, confessou Senise.

A preocupação de Vik Muniz era o oposto, os trabalhos da exposição deveriam ser peças-coringa, experimentais para diversos ambientes.

- Eu não queria fazer alguma coisa para cá exatamente, porque só o espaço do Galpão já é a inversão do ritual das artes. A experiência da arte depende do lugar. A coisa não pode só ser, tem que acontecer. E sabe? Eu adoro ter um público de verdade, que não vá me dizer o que tenho que fazer, encerrou Vik.

O próximo e último encontro do Travessias será muito especial. No dia 22 de junho, depois da mesa redonda, que começa às 16h, haverá uma festa de encerramento do projeto com direito a Marcelo Yuka como DJ da noite. Estão todos convidados para a travessia!