Instagram YouTube

Velas ao mar, a travessia começou

EM-008

Misto de ansiedade e apreensão. Daria tudo certo? Como seria o primeiro dia do Travessias? A galera ia topar atravessar a cidade? A rapaziada da favela ia comprar o barulho? Muitas perguntas feitas por muitos corações que durante meses se envolveram para levantar a segunda edição do Travessias.

Leia Mais

A Nova Arte do Encontro

CADU

Contam os livros de História que o chiado do jeito de falar dos habitantes do Rio começou por exibicionismo. A família Real vinha para se instalar no Brasil, fugindo da expansão napoleônica, em 1808. Aqui, já se falava com um sotaque diferente ao de Portugal, mas para se mostrar mais sofisticado, o carioca aproximou a língua do que entendia ser a forma chiada de falar de Lisboa, sede da Côrte. Era uma forma de acesso, um improviso para bem receber e se aproximar driblando hierarquias.
Mais de duzentos anos depois, o desejo de aproximação e de acesso ainda depende de muito improviso. Mas chiar, agora no sentido de reclamar, não adianta muito. É hora de novas estratégias de mobilidade: encontros que gerem transformação. A cidade das obras e dos grandes projetos (de segurança, de trânsito, de eventos públicos) muda a olhos vistos, mas há outra alteração pedindo pra acontecer. A das pessoas que fazem e pensam o Rio: nós. O Travessias 2013 é mais que uma exposição na favela, portanto. É um projeto de transformação de como olhamos para nós mesmos, para as favelas e para a cidade. Expor para reunir. Convidar para conviver. Olhar de outra forma para participar.

Leia Mais

Aos Novos Cariocas

cuco-livro-da-semana

O garotinho se encantou com aquele troço de ferro grandão onde dava para brincar e se balançar. Descobriu que o autor da escultura cinética exposta perto da casa dele era um xará, o artista plástico Raul Mourão, e não teve dúvida: chamou os vizinhos e os colegas da escola para curtir também. E contou a todo mundo que aquele Raul ao lado da palavra ‘autor’, na plaquinha, era ele.

Outro moleque da mesma idade, uns dez anos, se enturmou com uns caras mais velhos e pegou uma pilha de DVDs Piratão para vender por dois reais a quem passasse. Ao entrar de brincadeira na instalação do coletivo Filé de Peixe, a criança da favela também estava inserindo obras exclusivas de videoarte na dinâmica informal dos camelôs.

Leia Mais