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EM-008

Velas ao mar, a travessia começou

Misto de ansiedade e apreensão. Daria tudo certo? Como seria o primeiro dia do Travessias? A galera ia topar atravessar a cidade? A rapaziada da favela ia comprar o barulho? Muitas perguntas feitas por muitos corações que durante meses se envolveram para levantar a segunda edição do Travessias.

A abertura oficial seria às 16hs. Mas se o melhor da festa fosse esperar por ela, o público resolveu fazer isso junto e já esperar lá mesmo. Ou seja, uma hora antes estava tudo aberto, gente circulando, artistas conversando, produtores comemorando, moradores ocupando, a cidade se movimentando e a arte acontecendo, viva, nos olhos atentos, assustados, presentes. E a peteca não caía, pelo contrário.

O tempo ia passando e a sensação era de que quem já tinha chegado, não saía e quem chegava se fazia juntar em novas reordenações de grupos. Pessoas se encontrando, trocando ideia, dividindo a experiência de estarem no Travessias, na Maré, no Rio de Janeiro. Era muita informação no ar, sim, só que mais do que isso, era a vida rolando ali como rola em qualquer outro espaço. As conversas variavam de tom, de assunto, de cores, de opiniões e aquilo tudo era a realização plena do Travessias: criar um novo ponto cotidiano na cidade. Nada de exótico, nada de medo, nada de concessão, nem tampouco de populismo disfarçado. Ninguém estava muito aí, o que importava eram as rodas de conversa, a bebida na calçada e ver quem era o próximo a parar o carro ou a saltar de uma das muitas vans que ajudaram os cariocas a cruzar a cidade.

O Travessias vai até o dia 23 de junho, no Galpão Bela, na Favela da Maré.